Por Ana Elisa Arnold (OPINIÃO)
A questão é...
Não há dúvida de que a internet, hoje, é um dos maiores meios de comunicação no que se refere, principalmente, às ferramentas que ela pode abarcar. Nela encontramos tudo (ou quase tudo) de que precisamos. As informações se agregam e se transformam na maneira como são transmitidas. E há de se convir que ela acompanha o rumo dos tempos atuais. Na verdade, pode-se até afirmar que ela é um dos maiores símbolos da comunicação no mundo moderno, no sentido da necessidade humana. Afinal, se o homem nunca tivesse precisado dela, ela não existira; isso é muito claro e óbvio. Em outras palavras, a história mudou, o homem mudou, o tempo mudou. O cotidiano agora é entremeado pela agilidade, pelas soluções em segundos, pela informação a todo momento. Isso significaria dizer que “o mundo está mais ‘antenado’ ”? Talvez. Mas a questão a ser tratada aqui vai além disso e perpassa, inclusive, a relação humana. Até que ponto estamos dispostos a ir com os benefícios da internet? Há toda uma discussão em torno disso e é muito válida a reflexão. Afinal, não é simplesmente da internet que estamos falando. É de nós, do outro; seus efeitos sobrevivem e perpetuam por sobre a realidade de cada um.
A questão é...
Não há dúvida de que a internet, hoje, é um dos maiores meios de comunicação no que se refere, principalmente, às ferramentas que ela pode abarcar. Nela encontramos tudo (ou quase tudo) de que precisamos. As informações se agregam e se transformam na maneira como são transmitidas. E há de se convir que ela acompanha o rumo dos tempos atuais. Na verdade, pode-se até afirmar que ela é um dos maiores símbolos da comunicação no mundo moderno, no sentido da necessidade humana. Afinal, se o homem nunca tivesse precisado dela, ela não existira; isso é muito claro e óbvio. Em outras palavras, a história mudou, o homem mudou, o tempo mudou. O cotidiano agora é entremeado pela agilidade, pelas soluções em segundos, pela informação a todo momento. Isso significaria dizer que “o mundo está mais ‘antenado’ ”? Talvez. Mas a questão a ser tratada aqui vai além disso e perpassa, inclusive, a relação humana. Até que ponto estamos dispostos a ir com os benefícios da internet? Há toda uma discussão em torno disso e é muito válida a reflexão. Afinal, não é simplesmente da internet que estamos falando. É de nós, do outro; seus efeitos sobrevivem e perpetuam por sobre a realidade de cada um.
Faca de dois gumes
Não faz muito tempo, as formas para se comunicar limitavam-se ao telefone, às cartas e afins. Impresso, rádio e televisão dividiam-se na transmissão das notícias e a biblioteca ainda era fonte dominante de pesquisa. O cotidiano das pessoas foi mudando e, a cada nova necessidade, surgiam tecnologias e produtos que a satisfizesse. Nesse ínterim de mudanças, eis que surge a internet e, com ela, a representação de novas possibilidades: a agilidade na comunicação e transmissão de notícias, praticidade, novos rumos para os negócios... por fim, um amplo mundo de coisas possíveis. As vantagens que a internet traz estão aí, bem a nossa frente. E nós usamos e abusamos dela, adentrando-a sem limites. É aí que mora o perigo. A internet é sim uma valorosa ferramenta de comunicação e informação. Porém, se por um lado, ela nos faz vencer as distâncias e nos conecta ao mundo de forma única, por outro, pode estar diluindo o que existe de mais importante na relação interpessoal, que são os laços físicos da afeição, do contato olho no olho, corpo a corpo. Não podemos achar, diante da nova era da globalização, que até as formas de relacionamento podem ser padronizadas. Cada indivíduo é um ser diferente e único e o que o enriquece de valores é justamente o contato, a presença física e não meramente virtual. Este é um lado dos efeitos negativos que a internet pode trazer, se não houver por parte de todos, a consciência de que a vida social é também necessária e que a internet é apenas um instrumento para facilitar a nossa vida e não eliminar os elementos que dão sentido a ela.
Outra questão a se levantar aqui é o fator credibilidade. Há uma ploriferação enorme de sites e conteúdos informativos, cuja fonte desconhecemos. Vejamos o seu uso na área jornalística. Há grandes expectativas em torno do recente jornalismo online. É a “onda do momento”. Veículos de outros meios, inclusive, têm se utilizado dela para promover e enriquecer seus conteúdos. Mas a simples veiculação da informação no meio online não lhe dá total credibilidade. E uma vantagem bacana que a internet oferece é a possibilidade de agregar outros elementos, como o vídeo e o áudio, como forma de garantir a confiabilidade naquela informação.
Até que ponto vai a relação humana hoje? Vale tudo?
A forma do homem de se comunicar mudou e, em consequência, a maneira de se relacionar também. Quem viveu na era dos livros ou no tempo em que o computador mais a internet eram tidos apenas como mais um instrumento de diversão ou trabalho, e que escrever cartas ainda era o “máximo”, pode se espantar ao ler notícias como: “Mais de 50% dos jovens alemães preferem SMS a conversas”; ou “Pesquisa revela que 20% dos jovens terminam relacionamento amoroso pela internet”. Para a geração de hoje, isso nem causa tanto impacto. Mas é fato que a preocupação não pode se extinguir. Como foi dito, é o contato presencial que agrega os reais valores, pois não há ali falsa realidade. É o que é e pronto. Um exemplo claro dessa falsa vida é recente Second Life, um ambiente virtual em que não se vive de fato, se simula. E vamos combinar que uma coisa é você entrar nesses ambientes como forma de diversão, outra coisa é você leva-lo a sério a ponto de, realmente, não viver, apenas simular. Já no que se refere aos sites de relacionamento, a crítica vai para aqueles que querem novas amizades e amores a qualquer custo, sem raciocinar antes, sem analisar. É certo que – e já existem teses sobre isso – o homem tem a necessidade de se expor constantemente. É uma carência esquisita, mas que vale muito a pena explorar. Mas não se pode confiar em tudo e em todos e, mesmo, achar que pode se esconder atrás da tela. É maravilhoso quando podemos conversar com um amigo distante via internet, ou quando, sem querer, nos apaixonamos por amigo virtual. Mas não podemos esquecer que o bom e velho happy hour, as gargalhadas (reais) da roda de amigos, aquela paquera onde o olhar e o toque sobrevivem sutilmente, é bem melhor que a tela do computador.
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